MP aponta que mais de R$ 500 mil foram desviados de obra da sede da Apae em SP

A construção, prevista para ser entregue há três anos, continua parada

Sandro Barboza

Desviaram dinheiro da Associação que cuida de crianças excepcionais em São Paulo. O juiz que homologou o acordo para que a construção saísse do papel é alvo de outras investigações. Segundo o Ministério Público, a obra foi superfaturada em 30% e mais de R$ 500 mil foi desviado.

O esqueleto abandonado na periferia de Caieiras deveria ser a nova sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). De acordo com os pagamentos feitos na Justiça, teriam sido investidos mais de R$ 1 milhão na planilha de medição, assinada pela ex-presidente da entidade e atual vereadora. Renata Lima. Na teoria, quase metade do elevador estava pronto, mas nada foi entregue.

A construção, prevista para ser entregue há três anos, continua parada. A situação foi revelada com exclusividade pelo Jornal da Band na semana passada. Agora, a polícia civil abriu um inquérito para investigar o caso. 

Quem acompanhou tudo de perto foi o juiz da cidade, afastado do cargo acusado de venda de sentenças e alvarás, além de envolvimento com uma facção criminosa. Peter Eckshmiedt foi alvo de uma operação da Corregedoria da Justiça e do Grupo de Combate ao Crime Organizado, o GAECO, em agosto do ano passado. 

Na caixa d’água da casa dele, os policiais encontraram R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo. 

A defesa do magistrado não se pronunciou sobre a denúncia. Já a vereadora Renata Lima nega qualquer irregularidade. Em nota, a APAE diz ter conhecimento das investigações e que a nova sede poderia zerar a fila de espera de atendimento a crianças especiais da cidade. 

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