Depois de reclamações da OAB, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes definiu o alcance da medida polemica que ele tomou: a que restringe o contato entre advogados no caso das investigações sobre tentativa de golpe de estado.
O ministro afirmou que a Polícia Federal apresentou o que ele chamou de "provas robustas" da atuação de "um grupo criminoso que queria uma ruptura institucional, que não se consumou por circunstâncias alheias às suas vontades."
De acordo com a PF, esse grupo fez uso maciço de fake news para atacar adversários e instituições. Os investigadores detectaram a movimentação de uma milícia digital para tentar desgastar o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército.
Mensagens encontradas no celular do ex-ministro da Defesa Braga Netto mostram que ele teria ordenado o compartilhamento de notícias falsas contra o militar. A reportagem do Jornal da Band procurou general Braga Netto mas ele ainda não se manifestou.
Nesta sexta-feira (16), Alexandre de Moraes afirmou que não proibiu contatos entre advogados de investigados. Mas eles não podem servir de intermediários para os suspeitos, que seguem sem poder conversar entre si.
O criminalista Antonio Mariz de Oliveira defendeu, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que por mais importante que seja, a investigação não pode ultrapassar os limites da constituição. Caso contrário, pode virar uma nova lava a jato, que teve condenações e multas anuladas pela justiça após erros legais.
“Acho que a cultura punitiva que se instalou no país é também fator determinante, esses excessos, esses erros, essas agressões ao estado democrático de direito que estão sendo praticados pelos tribunais”, disse.