Depois das contas bancárias, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mandou bloquear carros, aviões e equipamentos da empresa Starlink, do bilionário Elon Musk. O sistema da Corregedoria Nacional de Justiça proíbe empresas ou pessoas de comprar o que foi incluído em decisões judiciais.
Além das centrais, embarcações, aviões e carros da companhia também estão proibidos de serem vendidos pela Starlink. Apesar das limitações, o que preocupa a equipe da empresa é o bloqueio das contas da empresa, que segundo decisão de Moraes, ocorrem até que o pagamento de R$ 18 milhões em multas do X sejam pagas. Sem acesso a recursos, a companhia ainda não definiu o que fazer para instalar ou substituir equipamentos dos 200 mil usuários da Starlink no Brasil.
Dos usuários que podem ser afetados, a maioria está no Sudeste e Centro-Oeste, por causa das aplicações no agronegócio. Nas áreas remotas no Norte do país é que a Starlink faz a diferença, fornecendo internet via satélite para escolas, navegação fluvial e forças armadas.
As duas companhias são de Elon Musk, mas têm CNPJs diferentes. A rede social segue suspensa no Brasil, aguardando decisão do ministro Nunes Marques, sorteado relator do recurso, sem prazo para tomar uma decisão.
O ministro-chefe da secretaria geral da presidência disse que o Planalto apoia as decisões de Moraes contra empresas de Musk. "Absurdo milionário, se acha importante, ataca a soberania nacional, ataca povo de forma covarde e agressiva", pontua Márcio Macêdo.
No Congresso, a oposição fez uma mobilização contra decisões do ministro. "Temos hoje um xerife no Brasil e isso é intolerável para a democracia, há um desequilíbrio entre os poderes, há uma hipertrofia do poder sobre os demais e nós temos como poer, como Senado da República, fazermos valer a constituição brasileira", afirmou o líder da oposição, Rogério Marinho (PL).