Ministros se reúnem com embaixador para aparar arestas com a China

Objetivo é minimizar efeitos de declaração do presidente Jair Bolsonaro na busca por vacinas contra a Covid-19

Da Redação, com Jornal da Band

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, passou boa parte do dia correndo para aparar arestas.

No início da tarde, Queiroga se reuniu com Carlos França, ministro das Relações Exteriores, e Arancha González, chanceler da Espanha. Antes, disse que a prioridade é a compra de vacinas contra o novo coronavírus. Quase 33 milhões de doses estão previstas para este mês.

“Procuramos antecipar doses para fortalecer ainda mais nosso Programa Nacional de Imunizações”, disse o titular da Saúde. “Temos trabalhado para isso todos os dias. Não adianta ficar fazendo previsão. Tem que trabalhar com realidade.”

No fim do dia, Queiroga, França e o ministro da Economia, Paulo Guedes, fizeram uma videoconferência com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Os ministros reforçaram a parceria entre os dois países e pediram ajuda para acelerar o envio ao Brasil dos insumos usados na fabricação da CoronaVac e da vacina da AstraZeneca.

Esse foi o primeiro encontro depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insinuou que a China teria criado o coronavírus em laboratório e se beneficiou da pandemia. Em carta enviada ao embaixador, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), falou da importância de um relacionamento relevante e construtivo com o pais asiático.

Sputnik V

O consorcio de governadores fez o mesmo movimento, apelando aos chineses para manter o cronograma de entrega dos insumos da vacina para o Brasil. Em audiência no Senado, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), pediu à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nova análise da Sputnik V, que teve importação negada mês passado. Os estados já contrataram 66 milhões de doses da vacina russa.

O presidente da União Química, o laboratório que vai fabricar a vacina no Brasil, ressaltou a dificuldade para conseguir as informações exigidas pela agencia.

“A Rússia é um pais muito fechado, é um pais voltado para dentro. Não tem estrutura farmacêutica globalizada como outras grandes nações”, disse Fernando de Castro.

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