O novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, ficou responsável por informar ao Supremo Tribunal Federal (STF) os nomes dos servidores que aparecem nas imagens do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, dia da invasão de prédios na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Até agora, 10 militares que aparecem nas imagens divulgadas, inicialmente, pela CNN Brasil foram identificados, o que inclui o general Gonçalves Dias. Na noite deste sábado (22), Cappelli informou que enviou ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos sobre a invasão, uma cópia da sindicância aberta pelo GSI.
“Já entregamos ao STF a íntegra das imagens do Palácio do Planalto do dia 8 de janeiro e uma cópia da sindicância aberta no GSI”, escreveu Cappelli no Twitter.
G. Dias mais 9 servidores do GSI
A Band conseguiu os dados dos servidores filmados. Um deles é o capitão Eduardo Natale de Paula Pereira, filmado quando distribuía água aos invasores, nomeado para o GSI em 2020. Ele fazia parte da equipe de viagens do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-vice-presidente Hamilton Mourão. Veja os outros nomes enviados ao STF abaixo:
- general Carlos Feitosa Rodrigues;
- coronel Wanderli Batista da Silva Júnior;
- coronel Alexandre Santos de Amorim;
- tenente-coronel do Exército Alex Marcos Barbosa Santos;
- tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Marcus Vinicius Braz de Camargo;
- coronel André Luiz Garcia Furtado;
- capitão do Exército Adilson Rodrigues da Silva; e o
- sargento da Aeronáutica Laércio da Costa Júnior.
Nas gravações divulgadas, hoje, após a quebra de sigilo autorizada por Moraes, é possível ver a condução dos vândalos por integrantes do GSI para andares inferiores do Planalto, sem tumulto.
Em outra imagem, o capitão Natale de Paula Pereira aparece empurrando um manifestante, mas depois desiste e o homem sai com um extintor nas mãos. Agora, as investigações dirão se esses servidores facilitaram ou não a invasão do Planalto.
Governo volta atrás sobre CPMI
Diante desses novos desdobramentos, o governo mudou a estratégia e quer usar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que pode ser aberta na próxima semana, para investigar os financiadores dos atos criminosos.
Para governistas, a CPMI usará as quebras de sigilo fiscal e bancário para chegar aos empresários por trás da depredação.
“Quem financiou, quem está por trás, quais são os agentes econômicos que têm interesse em destruir a democracia brasileira e, por último, o núcleo militar, quem são os militares que estão por trás dessa tentativa de golpe? Esse é o desafio da CPMI”, disse o deputado Reginaldo Lopes (PT).