A milícia está usando criptomoedas para lavar dinheiro de atividades como a construção e a venda de imóveis ilegais no Rio de Janeiro.
Durante a operação na manhã desta quinta-feira (23), os policiais encontraram contratos de investimentos de cerca de RS 2 milhões em bitcoins. Eles estavam na casa do empresário Luiz Carlos dos Reis Príncipe. Ele é apontado como o responsável pela lavagem de dinheiro da milícia que atua na Muzema e em Rio das Pedras, na zona oeste do Rio.
A ação foi batizada de Blood Money (dinheiro sangrento, em português). Em um ano, o valor chegou a cerca de R$ 8,5 milhões. No total, 15 pessoas acabaram presas.
Foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, inclusive em oito empresas que seriam usadas pelo grupo na lavagem de dinheiro.
Relatórios de inteligência financeira apontaram que os sócios das companhias eram laranjas e os donos, na verdade, eram integrantes do grupo paramilitar.
Entre os presos, está o casal Cintia Bernardo da Silva e Rafael Gomes da Costa, também investigados no inquérito que apura o desabamento de dois prédios na Muzema, que causou a morte de 24 pessoas em 2019. Os dois são donos da empresa que construiu um dos edifícios.