Depois da vitória contra Sergio Massa na noite deste domingo, o presidente eleito da Argentina Javier Milei usou o dia para dar entrevistas às rádios locais. Prometeu privatizar empresas públicas e combater a inflação em até dois anos.
O primeiro dia de Javier Milei como presidente eleito da Argentina foi de reuniões a portas fechadas no bunker de campanha. A posse está marcada para o dia 10 de dezembro. Mas a primeira reunião de transição com o atual presidente Alberto Fernandez, marcada para estar segunda-feira (20), foi adiada.
De acordo com a imprensa argentina, os dois lados não conseguiram chegar a um acordo sobre detalhes do encontro. Milei também teria se irritado com o rumor de que o candidato derrotado Sergio Massa poderia tirar uma licença do cargo de Ministro da Economia.
Em entrevistas para rádios, Milei voltou a prometer fechar o Banco Central. Mas no lugar de dolarização preferiu falar em competição entre moedas e depois de organizar a economia os argentinos vão escolher que moeda querem.
O presidente eleito disse que vai controlar a inflação em 18 a 24 meses. Também falou sobre os primeiros nomes do seu governo, que deve ter apenas oito ministérios. E prometeu privatizar a companhia estatal de petróleo e as empresas públicas de comunicação.
Hoje é feriado na Argentina, então o mercado financeiro está fechado. Mas as ações de empresas argentinas em Nova York subiram. A economia é a grande preocupação num país que sofre com uma inflação anual de 142 por cento e tem mais de 40% da população abaixo da linha da pobreza.
Nas ruas de Buenos Aires, encontramos gente esperançosa com a eleição de Milei.
A eleição de ontem terminou com larga vantagem para Javier Milei, que teve 55,9% dos votos, contra 44,3% de Sergio Massa. O presidente eleito venceu em 21 das 23 províncias. Já na tarde de domingo, na hora de votar, era possível ver a popularidade de Milei.
Depois da vitória, Milei discursou e disse que a reconstrução nacional começava naquela noite. E que finalmente a Argentina teria um governo liberal.
Como é tradição em Buenos Aires, o Obelisco foi o cenário da festa de comemoração.
As reformas propostas pelo presidente eleito terão que passar aqui pelo Congresso, onde o peronismo tem ampla maioria, tanto no Senado como na Câmara. Milei deve receber o apoio de parlamentares ligados ao ex-presidente Mauricio Macri. Mas também vai precisar fazer acordos com a elite política, tão criticada durante a campanha eleitoral.