Chiquinho Brazão é acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco. Preso desde março de 2024, ele atualmente cumpre pena no presidio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Mesmo sem poder comparecer às sessões há nove meses, o gabinete do deputado continua pagando o salário mensal de 24 assessores. As despesas passaram de um milhão e trezentos mil reais entre abril e dezembro.
Mesmo detido, Chiquinho Brazão continua com o mandato na Câmara pelo estado do Rio. O processo de cassação já passou por comissões, mas ficou travado quando chegou o momento de análise no plenário. O tema não foi, nem de longe, prioridade de votação do presidente da casa, Arthur Lira.
Chiquinho segue com todos os direitos de um deputado, com apartamento funcional e recebendo parte do salário de 44 mil reais - com descontos por causa das faltas.
Em abril, ele recebeu R$ 24 mil referentes a março, mês em que foi preso. De maio a novembro, foram quase oito mil por mês, com direito a uma gratificação de R$ 9.600 em junho. O último pagamento, de dezembro, foi de R$ 4.600 reais.
A defesa havia pedido a mudança do regime de prisão alegando que o deputado tem que passar por uma cirurgia cardíaca e sofre de problemas renais. O supremo tribunal federal negou por não haver nenhuma situação de "debilidade física" que recomende a saída da cadeia.
Além de Chiquinho, o irmão dele, o conselheiro do Tribunal De Contas do Rio, Domingos Brazão e o delegado da polícia civil Rivaldo Barbosa, também são acusados pela morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes. O processo está em fase final de tramitação no STF, mas o julgamento ainda não tem data.