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Mercenários brasileiros lutam na Ucrânia por salário de R$ 26 mil

Nos vídeos gravados em um campo de instrução, eles aparecem usando fardas, caminhando em trincheiras, recebendo treinamento de primeiros-socorros e disparando com armamento pesado

Por Giba Smaniotto

A guerra na Ucrânia, que já dura mais de três anos, atrai um exército de mercenários. São pessoas que se juntam às forças regulares para combater os russos. Entra elas estão cerca de 300 brasileiros, atraídos por salários que chegam a R$ 26 mil por mês.

A invasão da Ucrânia pela Rússia é o maior confronto militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Nos últimos três anos, estima-se que mais de um milhão de pessoas, entre militares e civis, morreram ou ficaram feridos, dos dois lados do conflito. O número de refugiados já deve passar de seis milhões.

Na contramão de quem foge da Ucrânia para sobreviver, tem gente que desembarca no país com o objetivo de lutar. Entre eles, mercenários brasileiros que se juntaram a um grupo especial, responsável por missões contra o exército russo.

O jornalismo da Band teve acesso a imagens exclusivas do treinamento desses brasileiros.

Nos vídeos gravados em um campo de instrução, eles aparecem usando fardas, caminhando em trincheiras, recebendo treinamento de primeiros-socorros e disparando com armamento pesado. Um deles é o Alex Silva, que está na Ucrânia desde que o conflito começou. Ele comanda um pelotão de voluntários de vários países e também do Brasil.

No vídeo, eles não mostram o rosto por questão de segurança. Mas quem são esses brasileiros?

O instrutor de tiro Alex é de São Paulo, casado com uma ucraniana e vive no país há dez anos. Ele explica que a maioria é solteiro, ex-militar e tem entre 20 e 50 anos. São pessoas que se deslocaram 11 mil quilômetros para defender um país que não fala a nossa língua e que muitos antes nunca tinham tido nenhum contato.

“Muitos eram militares no Brasil ou até fora do brasil, como tem alguns que faziam parte da legião francesa. E o que me motivou foi ver a injustiça tá sendo realizada aqui dentro da Ucrânia, né, pelos soldados russos, né, pelos soldados do Putin”, disse.

Muitos decidiram embarcar para a guerra na Ucrânia por causa do dinheiro.

“O salário aqui ele é variável, por exemplo, ele vai de 500 dólares a 4.500 dólares, ou seja, se você tiver fazendo um trabalho de escritório, por exemplo, numa cidade como Kiev, numa cidade como Libívia, que é totalmente longe da linha de combate, o salário é um salário muito mais baixo, porque você não corre nenhum um risco de vida”, explicou.

Quanto mais habilidades, mais as chances. Na guerra da tecnologia, operadores de drone estão entre os mais requisitados.

“Isso é fundamental. Você manda os drones de reconhecimento e aí é claro, tem o pessoal dos drones fpv, que eles fazem o outro trabalho que é atingir os alvos também”, afirmou.

A rotina de quem mora na Ucrânia e convive com a guerra é de tensão. Mesmo assim, a lista de brasileiros esperando para partir para o país tem aumentado.

“É uma mistura de sentimentos, na verdade, que é muito difícil, inclusive, até de explicar. Tem um momento que você pensa ‘vou desistir’. Não, isso é uma coisa que não passa pela minha cabeça”, completou.

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