Mercados globais registram queda em bolsas de valores após tarifaço de Trump; entenda

Ações de empresas varejistas como a Best Buy despencaram mais de 15%, enquanto a gigante Apple, que produz a maioria dos produtos fora dos EUA, teve baixa de mais de 9 pontos

Eduardo Barão

No dia seguinte ao anúncio do tarifaço dos Estados Unidos, o mundo reagiu com queda generalizada das bolsas de valores. O temor é de uma recessão global. Donald Trump vendeu como a grande libertação americana, mas o mercado entendeu como o dia da inflação.

Da Ásia à Europa, quedas superiores a 2%. Nos Estados Unidos, os investidores também não estavam de bom humor. O dólar caiu, assim como o índice Dow Jones e a multinacional Nasdaq. 

Ações de empresas varejistas como a Best Buy despencaram mais de 15%, enquanto a gigante Apple, que produz a maioria dos produtos fora dos EUA, teve baixa de mais de 9 pontos.

O pacote base de Trump teve tarifas de 10%. O presidente americano fez parceiros comerciais pagarem um preço ainda mais alto, como é o caso da China 34% e do aliado Israel, taxado em 17%.

Os investidores temem que as tarifas levem a um cenário de recessão mundial, com grandes implicações para as empresas, mas também para o bolso do consumidor. Inclusive pro americano, que pode sofrer com mais inflação no supermercado.

Setores importantes são afetados

Nesta quinta-feira (3) já começaram a valer as novas taxas de 25% para todos os carros importados pelos Estados Unidos. Se a ideia de Trump era proteger as indústrias e empregos do país com tarifas recíprocas, a estratégia num primeiro momento não está dando certo. O grupo Stellantis, dono de marcas como Fiat, Jeep e Citroen, anunciou a demissão de 900 trabalhadores.

O setor varejista de roupas e tênis, tão desejado pelos turistas brasileiros, também será duramente afetado. Marcas gigantes como Nike, Puma e Adidas dizem que não tem como construir fábricas nos Estados Unidos. Os produtos, que vem da Ásia, devem subir mais de 40%.

A Federação de varejo do país já avisou que essas tarifas serão repassadas diretamente aos consumidores, o que deve impactar diretamente na inflação.

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