A ascensão financeira meteórica de Renato Cariani fez Ministério Público de São Paulo, a polícia e a Receita Federal olharem o empresário mais de perto. De vendedor de suplementos, ele se tornou sócio e comprou diversas empresas em apenas alguns meses.
O empresário também é sócio de uma empresa que fabrica uma das principais marcas de suplementos no Brasil. O mercado movimenta R$ 3,5 bilhões por ano, dos quais R$ 1 bilhão são só da empresa de Cariani, que também patrocina os principais atletas fisiculturistas do país.
Cariani e outras quatro pessoas foram alvos de uma operação da PF na última terça-feira (12). A Anidrol, outra empresa da qual Cariani é sócio, é investigada por fornecer matéria-prima para traficantes produzirem toneladas de cocaína e crack.
Durante a investigação, os agentes federais interceptaram trocas de mensagens antigas entre Cariani e uma sócia. Em uma delas, o influencer diz que eles poderiam “trabalhar no feriado para fugir da polícia”. Em outra, recebe a sugestão da colega para trocar os rótulos dos produtos para fugir da fiscalização.
Para a PF, os dois tinham conhecimento da investigação, mas, mesmo assim, continuaram a emitir notas fraudulentas em nome de uma grande farmacêutica para comprar e desviar produtos químicos.
Procurado, Cariani não deu retorno aos pedidos de entrevista. Nas redes sociais, negou envolvimento com o esquema.
Em nota, a Associação Brasileira de Empresas e Produtos Nutricionais repudiou a vinculação de facções criminosas com a indústria de suplementos alimentares. Também disse que deseja que todos os criminosos envolvidos sejam detidos e punidos no rigor máximo da lei.