Desde a adolescência, a bióloga e farmacêutica Carolina Jimenez sempre esteve acima do peso ideal. Ela só procurou o médico pela primeira vez aos 20 anos. Depois de mais de duas décadas, a briga com a balança continua.
“Depois de um ano que eu estou nesse processo de emagrecimento, que eu estou tomando os remédios, eu continuo tentando emagrecer mais. Eu acho que é contínuo, que eu nunca vou me livrar disso”, contou Carolina, que já chegou a pesar 115 kg.
Atualmente, Carolina está com 81 kg. Se perder mais dois, cai para o nível de sobrepeso, uma conquista para quem já teve obesidade de grau 3. Trata-se daquele em que a pessoa tem falta de ar e dificuldade para caminhar, com riscos de desenvolver diabetes, hipertensão e doenças do coração.
“Eu tomei anfetamina, na época que era legalizado pela Anvisa. Eu tomei vários outros medicamentos. Qualquer medicamento que era novo no mercado, eu ia atrás e tomava para poder tentar emagrecer”, relatou a bióloga.
Mais de 1 bilhão com obesidade
A obesidade afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo (14% dos homens e 18% das mulheres). No Brasil, 55% dos brasileiros estão acima do peso. Mais de 30% apresentam obesidade.
A obesidade é uma doença crônica e, em muitos casos, progressiva. Ela se tornou uma questão de saúde pública. Por isso, nos últimos 20 anos, a ciência tem trabalhado para criar medicamentos cada vez mais eficazes.
“A semaglutida foi a primeira, mas não foi a única. Então, têm novos remédios chegando. O mais próximo é tirzepatida, mas existem outros com potências que passam dos 25% de média de perda de peso, com muita gente conseguindo perder mais que 30%. Aí, sim, muito semelhante a uma cirurgia bariátrica”, disse o endocrinologista Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira da Obesidade e Síndrome Metabólica.
Estilo de vida saudável aliado a medicamentos
A obesidade é uma doença que requer tratamentos eficazes e de longo prazo. Como muitos outros, Carolina não conseguiu perder peso só com a mudança de estilo de vida, mas ela sabe que mudar os hábitos é fundamental também para o sucesso dos medicamentos.
“Eu preciso da dieta. Eu preciso tomar cuidado com o que eu estou comendo. Eu preciso continuar fazendo os exercícios. Eu acho que o remédio, sozinho, talvez, não fosse 100% eficaz, mas ele me ajudou muito a começar a ter a força e a confiança para continuar. Então, eu não desisti”, reforçou Carolina.