Marco temporal: 3 ministros defendem indenizações para proprietários de boa-fé

Derrubada do marco temporal pelo STF, por 9 votos a 2, repercutiu no Congresso Nacional, onde tramita um projeto a favor da tese jurídica

Da redação

Apesar de seis ministros acompanharem, integralmente, o voto do relator, o ministro Edson Fachin, outros três defendem alternativas para indenizar propriedades ocupadas de boa-fé. Foram eles: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Dias Toffoli. Abaixo, veja o voto de cada um:

  • Moraes: indenização prévia não só pelas benfeitorias, como é hoje, mas também o valor da terra;
  • Zanin: pagamento de indenização somente após a desapropriação, o que pode levar anos; e
  • Toffoli: reassentamento dos proprietários. Quando não for possível, o ministro sugeriu pagar indenização prévia pela benfeitoria e pela terra.

O julgamento de hoje foi retomado com o voto do ministro Luiz Fux, seguido das ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber, presidente do STF. Dois ministros foram a favor do marco temporal, Nunes Marques e André Mendonça.

O ministro Gilmar Mendes, mesmo contra o marco temporal, questionou a forma como etnias podem reivindicar territórios ao citar a região de Boca Maldita, no Centro de Curitiba.

Julgamento de 2021

O julgamento começou em 2021. A decisão do Supremo tem repercussão geral e servirá como base para orientar juízes na análise de mais de 200 casos semelhantes que tramitam na Justiça. 

Um projeto de lei, já aprovado na câmara, estabelece o marco temporal e proíbe a ampliação das terras indígenas já demarcadas. Agora, o texto está em análise no Senado, a ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima semana. Depois, segue para o plenário da Casa.

Repercussão no Congresso

A decisão repercutiu no Congresso. A Frente Parlamentar da Agropecuária classificou a decisão como grave e preocupante e afirmou que os parlamentares aprovarão o projeto do marco temporal.

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