Um manifesto assinado por entidades empresariais, entre elas a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a Fiesp (Federação das Indústrias de SP), aumentou a tensão em Brasília.
O governo tentou minimizar o impacto da carta assinada por mais de 200 entidades do setor produtivo, com críticas à crise entre Planalto e Supremo Tribunal Federal A Febraban assina o documento, mesmo depois da Caixa e do Banco Do Brasil, estatais, ameaçarem deixar a entidade.
“A Febraban, mais a Fiesp, que estão liderando esse movimento, são daquelas que considero pilar da nossa civilização, que são entidades da sociedade civil”, disse o vice-presidente Hamilton Mourão.
Intitulado "A Praça É Dos 3 Poderes", o manifesto vazou para a imprensa, mas por pressão do Planalto, o presidente da Fiesp deixou a divulgação oficial para depois dos atos programados para 7 de setembro. Filiados reclamam que não foram consultados por Paulo Skaf.
Empresários manifestaram estranheza com a pressão do governo, já que o tom da carta foi considerado leve por eles. O documento pede diálogo, aproximação, harmonia entre os poderes, e que a constituição seja obedecida.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o ministro Gilmar Mendes, do STF, sugeriu a abertura de um canal direto entre o Supremo e Bolsonaro.
“Para evitarmos aquilo que é muito comum na vida palaciana, que é a ação de mexeriqueiros, fuxiqueiros, de fofoqueiros que gostam de alimentar a desinteligência e criar crises”, analisou.
O presidente Bolsonaro segue convocando seus apoiadores para os atos do dia 7 de setembro.
“A grande pauta vai ser a liberdade de expressão. Não pode uma pessoa do Supremo Tribunal Federal e uma do Tribunal Superior Eleitoral se arvorarem como as donas do mundo”, declarou Bolsonaro, referindo-se a Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Nesta segunda-feira (30), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, se reuniu com o ministro da Economia Paulo Guedes e defendeu mais conversas entre os poderes para o que a sociedade precisa: geração de empregos e recuperação do PIB (Produto Interno Bruto).
“Identificação das divergências e tentarmos dirimir essas divergências. O que nós não podemos absolutamente acontecer no Brasil é interromper o diálogo”, discursou Pacheco.
Também nesta segunda, a Frente Nacional dos Prefeitos divulgou um manifesto em defesa do estado democrático de direito e da "convivência harmônica" entre os poderes.