Em Camaçari, na Bahia, manchas de petróleo surgiram no litoral quase dois anos depois da maior tragédia ambiental do país. Com isso, a Marinha se juntou a pesquisadores do Ibama e do ICMbio para investigar o reaparecimento da substância, vista desde a última segunda-feira (28).
Um mutirão de limpeza já retirou 300 kg de óleo das praias.
Uma análise, que deve sair na próxima semana, vai dizer se é a mesma substância que atingiu o litoral brasileiro em agosto de 2019, quando mais de mil localidades foram atingidas nas praias de nove estados da região Nordeste, além de pontos específicos do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, na maior tragédia ambiental do país.
“Ele tende a aparecer porque a violência e a menor amplitude da maré tende a remover essa camada de areia que estava por cima [do óleo]”, explica Paulo González, da Capitania dos Portos.
Segundo especialistas, com o passar do tempo, o óleo perde os gases tóxicos, mas ainda tem outros elementos, como metais, que prejudicam a vida marinha, principalmente os animais invertebrados, como caranguejos e estrelas do mar, que adoecem e param de se reproduzir.
O petróleo tem origem venezuelana, mas ainda não se sabe quem são os responsáveis pelo vazamento. Um relatório da Marinha, entregue à Polícia Federal em agosto, aponta três navios suspeitos. Porém, a investigação não avançou.