Mais de 1,5 mil envolvidos nos atos de 8 de janeiro viram réus por tentativa de golpe de estado

Destes, quase 400 foram condenados, sendo 70 de forma definitiva. As penas variam de 3 a 17 anos de prisão

Caiã Messina

Mais de 1,5 mil pessoas que participaram dos atos do 8 de janeiro em Brasília viraram réus. Incentivadores e financiadores ainda são investigados. Destes, quase 400 foram condenados, sendo 70 de forma definitiva. As penas variam de 3 a 17 anos de prisão. 

A maioria condenada é acusada de tentar a abolir o estado democrático de direito, golpe de estado e incitação ao crime. 

Por enquanto, cinco citados foram absolvidos: um ambulante e quatro homens em situação de rua. Todos, segundo a Procuradoria-Geral da República estavam “em condição de vulnerabilidade social”. 

De acordo com a Polícia Federal, entre os incentivadores dos atos, estão: 

  • Ex-ministro de Jair Bolsonaro, general Walter Braga Netto, que segue preso;
  • Ex-chefe do GSI, General Augusto Heleno;
  • O então ajudante de ordens do ex-presidente, coronel Mauro Cid;
  • General Mário Fernandes e o tenente coronel Rodrigo de Azevedo, que também estão presos.

Um morador de Londrina e dois empresários paranaenses seriam financiadores dos atos. Um novo relatório deve ser divulgado nos próximos dias. 

"A Polícia Federal a par dessa informação complementar, o relatório complementar que encaminhará a partir do que aconteceu das buscas e das prisões que tivemos na operação contragolpe, no final do ano passado, já concluiu a sua investigação e foi categórica ao afirmar que houve uma tentativa de golpe de Estado, e apontar na sua visão o indiciamento daqueles que entendeu como responsáveis pelo crime", disse Andrei Rodrigues, diretor geral da PF. 

No total, os atos de 8 de janeiro renderam prejuízos de mais de R$ 26 milhões aos cofres públicos. O que restou do quebra-quebra no Supremo Tribunal Federal foi transformado em arte nas mãos de quatro artistas. Em um dos casos, uma obra foi feita com cacos de vidro e pedaços de mármore arrancados da fachada do prédio. 

 “Relembrar esta data, com a gravidade que o episódio merece, constitui, também, um esforço para virarmos a página, mas sem arrancá-la da história. A maturidade institucional exige a responsabilização por desvios dessa natureza”, disse Édson Fachin, presidente do STF.

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