Por trás de confrontos violentos cada vez mais frequentes, está a expansão das organizações criminosas. O fogo cruzado entre bandidos e polícia dita a rotina da população nas cidades. Com isso, linhas de ônibus são suspensas e até escolas são fechadas.
“Essa expansão não é só geográfica. Ela também é uma expansão de atividades. Essa expansão de atividades é perigosa nesse sentido. Escala a violência de uma forma muito grande e faz outras vítimas”, disse o coronel da reserva da Polícia Militar Robson Rodrigues.
O resultado é que até cidades onde antes a violência não era rotina passaram a conviver com tiroteios e cenas de guerra.
A Secretaria Nacional de Políticas Penais fez um raio x das facções que atuam no Brasil. São pelo menos 88. O levantamento, feito entre 2022 e 2024, revela que mais da metade desses grupos está no Nordeste (46), seguido do Sul (24) e do Sudeste (18). A Bahia é o estado com maior número (21).
É como um jogo de xadrez da vida real. De um lado, as facções. Do outro, o poder público, que se esforça para desvendar as estratégias do inimigo. Nesse tabuleiro, a dificuldade do jogo é que nem sempre capturar os líderes significa xeque-mate.
Bahia prendeu, só este ano, 92 chefões de grupos criminosos. O governo do estado diz que, graças a isso, o número de mortes violentas caiu 12%. Mesmo assim, outubro foi o mês mais letal em Salvador: 157 mortes registradas em 183 tiroteios.
Ainda segundo o estudo do Ministério da Justiça, quase todas as facções brasileiras atuam dentro de presídios (98%).