CNJ decide que juízes da Bahia podem dar aula durante o expediente

Autorização atende a pedido da Associação dos Magistrados do estado, que vê flexibilidade no expediente como "direito constitucional"

Ramon Ferraz, do Jornal da Band

Na Bahia, juízes poderão dar aulas em universidades mesmo durante o expediente no Judiciário. 

Mesmo durante o horário de funcionamento dos fóruns e de outras unidades judiciárias, os juízes da Bahia agora podem se ausentar para exercer outra profissão: a de professor.

A decisão é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e vai contra a Corregedoria-Geral do Tribunal De Justiça do Estado, que proibia os magistrados de darem aula entre as 8h e 18h, justamente para não haver conflitos com o expediente como juízes.

Na liminar do CNJ, o conselheiro Rubens de Mendonça Canuto Neto, relator do processo, argumenta que os juízes não são submetidos a um controle rígido do horário de trabalho e que, "desde que não haja prejuízo à prestação jurisdicional, eles têm a liberdade de ajustar os horários nos quais exercerão suas funções".

A autorização atende a um pedido da Associação dos Magistrados da Bahia, que diz que essa flexibilidade no expediente é um direito constitucional da categoria.

Mas o vice-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil discorda e afirma que a prática é proibida em todo o Brasil

“Penso que é um precedente inconstitucional e ilegal. A Lei Orgânica da Magistratura estabelece que o juiz tem que morar na comarca e chegar pontualmente no início do expediente. E quem fixa o expediente é o Tribunal de Justiça”, defende Luiz Viana.

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