O presidente Lula viaja, neste domingo (4), para o Chile, onde deve assinar acordos bilaterais e discutir a crise na Venezuela.
Neste sábado, ele esteve no Ceará. O presidente participou da convenção municipal do PT em Fortaleza. Ele usou máscara porque teve sintomas de resfriado, mas não testou positivo nem para influenza nem para covid.
Durante o discurso, evitou citar a crise na Venezuela, mas esse deve ser o principal assunto na reunião com Gabriel Boric, presidente do Chile.
Neste domingo, Lula chega em Santiago e com a linha de frente das relações internacionais, o assessor especial da presidência, Celso Amorim e o chanceler Mauro Vieira. A tentativa do Brasil vai ser afinar os discursos dos países sobre a eleição Venezuela que andam em tom diferente.
Boric tem sido crítico a Nicolás Maduro e subiu o tom neste sábado. Ao receber o embaixador do Chile expulso pela Venezuela, Jaime Gazmurra, reforçou não reconhecer a vitória proclamada por Maduro e anunciou que não vai validar nenhum resultado que não seja verificado por organizações internacionais independentes.
Já o Brasil adota tom mais cauteloso, busca uma posição de mediador e ainda espera as atas prometidas pelo ditador chavista.
Essa não é a primeira vez que Lula e Boric - lideres de esquerda - adotam discursos diferentes. Há um ano, o presidente chileno cobrava de Lula uma condenação da Rússia pela guerra com a Ucrânia. Agora, por se tratar de assunto da América do Sul, os diplomatas brasileiros esperam que o diálogo acabe em convergência.
O Chile anunciou que vai reforçar a fronteira norte e vai pedir ajuda de outros países para enfrentar a esperada nova onda migratória da Venezuela depois da reeleição autodeclarada por Maduro.