A União Europeia anunciou investimentos de R$ 242 bilhões na América Latina e Caribe. No encontro na Bélgica, o presidente Lula disse acreditar em um acordo comercial do Mercosul com o bloco europeu ainda este ano.
Foram dois anos do Brasil fora da Celac, comunidade que reúne países da América Latina e do Caribe.
Nesta segunda, o presidente Lula esteve entre os 60 líderes que participaram da cúpula em conjunto com os países europeus.
Já no primeiro dia, o presidente brasileiro teve uma sequência de reuniões bilaterais, com o rei Filipe Primeiro, da Bélgica, o primeiro ministro do país, Alexander de Croo, a primeira-ministra de Barbados, além da presidente do parlamento europeu.
O principal encontro foi com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, que anunciou um investimento de de US$ 242 bilhões pra América Latina e Caribe.
O dinheiro será exclusivo para investimentos em infraestrutura e em projetos de energia limpa.
No encontro, Lula abordou o acordo entre Mercosul e União Europeia, que se arrasta por décadas.
"Um acordo equilibrado entre o Mercosul e a União Europeia, que pretendemos concluir este ano, abrirá novos horizontes”, disse Lula.
Essa cúpula com a União Europeia não acontecia há oito anos. Os recursos e o encontro vêm em um momento em que os europeus tentam recuperar terreno com os países latino americanos. Eles sabem que a relação comercial com os chineses ficou mais forte nos últimos anos.
O próprio jornal Financial Times critica a Europa por não ter enxergado o potencial da América do Sul antes. E diz que as nações europeias atrapalham o acordo com protecionismo ambiental em excesso.
No discurso durante a Cúpula, o presidente disse que acordos não podem ser guiados por ameaças e que proteção da Amazônia é uma obrigação.
“O desenvolvimento sustentável possui três dimensões inseparáveis: a econômica, a social e a ambiental. O mundo precisa se preocupar com o direito de viver bem dos habitantes da Amazônia”, afirmou Lula.
Lula também criticou a situação na guerra da Ucrânia, com a fome e a desigualdade aumentando e os gastos militares disparando.
"É mais uma confirmação de que o Conselho de Segurança das Nações Unidas não atende aos atuais desafios à paz e à segurança."
O presidente Lula terminou o dia reunido com o presidente Emmanuel Macron, da França, e da Colômbio, Gustavo Petro, além de diplomatas da Argentina.
O grupo se encontrou com representantes da situação e da oposição Venezuela. O encontro tenta abrir diálogo entre Maduro e oposição para o país ter eleições livres em 2024.