Depois de Jair Bolsonaro (PL) recusar a ajuda da Argentina à Bahia, o caso repercutiu entre adversários políticos do presidente. Ciro Gomes (PDT) e Lula (PT) dispararam críticas contra ele.

Ciro disse que Jair Bolsonaro se acha acima do bem e do mal. E lembrou que o adversário já tinha recusado ajuda da Venezuela durante a crise da falta de oxigênio em Manaus. O pedetista acusou Bolsonaro de tomar essas atitudes por capricho e disputa ideológica.

Lula disse que é lamentável ver um presidente que recusa o auxílio de outras pessoas para enfrentar as enchentes na Bahia.

Nos bastidores, o foco do PT é na decisão sobre o novo partido de Geraldo Alckmin. O ex-tucano, que pode sair de vice na chapa do ex-presidente, está dividido entre PSB e PSD. Lula teria preferência pelo PSD, de Gilberto Kassab, mas o principal obstáculo são os palanques eleitorais nos estados.

De férias com a família em Santa Catarina, Bolsonaro respondeu às provocações dos adversários. Afirmou que a Argentina ofereceu o serviço de dez homens, mas que as Forças Armadas e a Defesa Civil já estão prestando assistência à população afetada na bahia. O presidente reforçou que o país está aberto a ajuda internacional e lembrou que o itamaraty aceitou doações do Japão, que colaborou com barracas, colchões e purificadores de água para as vítimas da tragédia.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que aceitará a ajuda da Argentina, apesar da recusa do governo federal. 

Desde o começo da semana, Bolsonaro está de férias em Santa Catarina. Nesta quinta ele visitou o parque de diversões Beto Carrero.

Recentemente ministros do governo Bolsonaro estiveram na Bahia e anunciaram um repasse de R$ 200 milhões para a reconstrução de estradas. Mas o valor não será destinado integralmente ao estado da Bahia e será repartido com outras unidades da federação, que também registraram problemas.

O volume de chuvas no sul da Bahia é o maior dos últimos 32 anos, segundo a Defesa Civil. Até esta quinta-feira (29) foram confirmadas as mortes de 25 pessoas. O total de baianos atingidos passa de 600 mil.