Lula diz que só assinará acordo se a União Europeia aceitar condições do Brasil

Em visita ao ABC paulista, presidente disse que não terá acordo entre Mercosul e UE se Brasil tiver de comprar de empresas europeias

Filipe Peixoto

Lula visitou a Universidade Federal do ABC
Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (2) que o acordo comercial com a União Europeia pode não sair se for mantida uma exigência que os europeus fizeram, a de que o Brasil pare de privilegiar os fornecedores brasileiros na hora de fazer as compras do governo e incluía fornecedores de países da União Europeia.

Lula inaugurou uma fábrica de ônibus elétricos em São Bernardo do Campo, cidade onde ganhou fama como sindicalista e político. A Eletra investiu R$ 150 milhões na planta e deve gerar 500 empregos até o ano que vem. O presidente disse que vai conversar com a empresa para renovar a frota de ônibus escolares. Aproveitando o gancho, Lula completou: não vai ter acordo Mercosul-União Europeia se o Brasil tiver que fazer compras governamentais com empresas do bloco europeu. 

“Eles querem que o governo brasileiro compre as coisas estrangeiras ao invés da coisa brasileira e a gente não vai fazer isso”, disse Lula. “E se eles não aceitarem a posição do BR não tem acordo. Como é que a gente vai falar em crescimento de indústria, reindustrialização do país se a gente não tem uma política concreta pra garantir o crescimento da micro, pequena e média empresa, do micro, pequeno e médio empreendedor brasileiro.”

As compras governamentais incluem bens e serviços em áreas como educação, saúde, segurança, energia e infraestrutura. 

Pela manhã, Lula esteve na Universidade Federal do ABC também em São Bernardo Do Campo. Aqui inaugurou um novo prédio. A unidade que vai beneficiar cinco mil alunos tem 22 laboratórios para pesquisa científica e inovação tecnológica. Foram investidos R$ 28,5 milhões. A universidade do ABC foi criada no primeiro governo de Lula. 

Acompanhando Lula na visita, o ministro da Fazenda Fernando Haddad disse que com a nova regra fiscal, saúde e educação terão mais recursos.

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.