Lula deve convocar Juscelino para reunião sobre indiciamento após chegar da Europa

Ministro das Comunicações foi indiciado pela Polícia Federal por suposta participação em esquema de desvios de emendas parlamentares

Da redação

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), foi indiciado por um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares. Ele foi deputado pelo Maranhão de 2015 a dezembro de 2022, quando assumiu a pasta.

Segundo a Polícia Federal (PF), um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) mostra que a pavimentação de uma estrada em Vitorino Freire, no Maranhão, beneficiou propriedades do ex-deputado e de parentes dele. A irmã do ministro, Luanna Rezende, é prefeita da cidade desde 2017.

As emendas indicadas pelo então deputado custearam 80% do valor da obra, orçada em R$ 7,5 milhões. A construção, em 2022, foi tocada pela empresa Construservice, que, segundo a PF, tinha como sócio oculto o empresário Eduardo José Barros Costa.

Os investigadores encontraram trocas de mensagens entre Juscelino e Eduardo, combinando transferência de dinheiro. No mês passado, o ministro das Comunicações foi ouvido PF. Ele afirmou que a obra era uma demanda antiga da população de Vitorino Freire e reclamou dos métodos usados pelos agentes no interrogatório, algo parecido, segundo ele, com métodos parecidos aos usados na Operação Lava Jato.

Nesta quarta-feira (12), Juscelino se defendeu em um vídeo publicado nas redes sociais. Na ocasião, disse que o inquérito devassou a vida dele, mas não encontrou nada.

“Esse inquérito devassou a minha vida e dos meus familiares e não encontrou nada. Revirou fatos antigos de recursos que destinei, legitimamente, através de emendas parlamentares”, pontuou o ministro.

Por enquanto, a palavra de ordem no governo é cautela. Ninguém se posiciona oficialmente, além do próprio Juscelino. Segundo fontes do Palácio do Planalto, o presidente convocá-lo-á para uma conversa quando retornar da Europa, no sábado (15). Neste momento, Lula não pretende derrubar o ministro.

Em nota, o União Brasil afirmou que indiciamento não significa culpa. Também disse que é importante esclarecer que essa investigação não tem relação com o trabalho de Juscelino como ministro.

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