
Depois do Japão, o presidente Lula chegou ao Vietnã com o mesmo objetivo: ampliar parcerias comerciais com o Brasil. Também no radar, a preocupação com o tarifaço dos Estados Unidos. O presidente chegou a criticar Trump ao dizer que o americano “não é o xerife do mundo”.
O Vietnã é a segunda etapa do giro de Lula pela Ásia depois de três dias no Japão. O presidente vai participar de um fórum econômico na capital, Hanoi, onde são esperados cerca de 100 empresários dos dois países. A maior parte é do agronegócio.
Ainda no Japão, Lula falou sobre o aumento de tarifas do governo Trump: “estou preocupado porque o multilateralismo está sendo derrotado. Estou preocupado porque o presidente americano não é xerife do mundo. Ele é apenas presidente dos Estados Unidos. No caso do brasil, nós vamos recorrer à OMC e, se não tiver resultado, a gente vai utilizar os instrumentos que nós temos, que é a reciprocidade e taxar os produtos americanos”.
Apesar da fala do presidente, a diplomacia brasileira duvida, em reservado, que a Organização Mundial do Comércio terá influência em uma negociação com os Estados Unidos. O Conselho Geral da OMC, que é o órgão máximo dentro e toma, de fato, as decisões, está desfalcado, sem juízes, justamente por falta de indicação americana.
Por isso, o governo brasileiro ainda tenta o diálogo, capitaneado pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. O Brasil enviou uma carta ao governo americano afirmando que o aumento das tarifas pode comprometer “severamente” as relações comerciais dos países.
O aço e alumínio do Brasil foram sobretaxados em 25%. A medida também atinge outros países. Na segunda-feira, representantes brasileiros e americanos vão se reunir para tratar do assunto.