Uma reunião importante para puxar o freio de mão da articulação política e arrumar a casa. Assim foi o primeiro encontro semanal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com líderes do governo na Câmara e no Senado, além de ministros e outros aliados.
O Palácio do Planalto não conseguiu manter o veto para garantir as “saidinhas” de presos em feriados. Teve que ceder na cobrança de impostos sobre compras internacionais de até 50 dólares e perdeu na intenção de punir, de maneira mais dura, fake news eleitorais. O ministro das Relações Internacionais, Alexandre Padilha (PT), no entanto, tentou minimizar.
“Nada do que aconteceu na sessão do Congresso surpreendeu os articuladores políticos do governo. Nada. É muito raro um time ser campeão sem ter alguma derrota ao longo de todo o torneio, né? O que você não pode é perder o mata-mata. Nós não estamos sendo derrotados naquilo que é essencial para recuperação econômica e das políticas sociais no país”, pontuou Padilha.
Em cerca de uma hora e meia de conversa, Lula disse que é papel do governo receber os parlamentares e cumprir promessas feitas ao Congresso. Insistiu que os articuladores do Planalto não podem ficar restritos aos partidos com mais proximidade ideológica. Precisam ouvir, principalmente, o centrão.
Agora, essas reuniões com os parlamentares serão semanais, modelo que Lula tinha implantado nos primeiros mandatos, mas relutava em retomar. A ideia é ampliar os encontros para envolver líderes de outros partidos da base e não apenas petistas. O presidente é aconselhado a participar, diretamente, da articulação política.
Quatro propostas foram apontadas como as mais importantes da semana. A maioria está no Senado. A primeira da lista é o Programa Mover, de estímulo para as montadoras investirem em descarbonização. O acordo é manter, no texto da medida, a taxação das compras internacionais de até 50 dólares em 20% de imposto federal.
Na Câmara, o governo quer passar com o Programa Acredita, que libera crédito mais barato a micro e pequenas empresas. Outra prioridade é aprovar, nos próximos dois meses, a regulamentação da reforma tributária, que vai definir, por exemplo, os preços da cesta básica e dos remédios no Brasil.