O presidente Lula voltou a criticar as altas taxas de juros mantidas pelo Banco Central. Atualmente, a Selic, administrada pelo órgão e que serve de base para a economia, está em 10,5% ao ano, com inflação no país de menos de 4%. Para o político, com a inflação controlada, os juros devem cair.
Quando a Selic está alta, é mais difícil para empresas e consumidores, já que o crédito fica mais caro. Ou seja: a taxa acaba servindo para frear a economia, com impactos na geração de emprego e no PIB. Por isso, nesta segunda-feira (18) Lula subiu o tom contra Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Em entrevista à rádio CBN, Lula afirmou que Campos Neto atua politicamente, já que foi indicado ao cargo pelo então presidente Jair Bolsonaro. "Só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada", disse.
"Um presidente do Banco Central que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país", pontuou Lula.
O presidente do Banco Central não respondeu. Lula também disse ser contrário a outro tema em alta: a taxa das blusinhas. Mas afirmou que aceitou a taxação de 20% após decisão do Congresso.
O governo está sendo pressionado a cortar gastos para manter as contas públicas sob controle. A equipe econômica está fazendo as contas e prometeu apresentar medidas nas próximas duas semanas.
Lula
Marcelo Camargo/Agência Brasil