O setor têxtil, responsável por empregar mais de 1,7 milhão de pessoas no Brasil, projeta um 2024 difícil. Para o empresariado, o maior problema é a concorrência com sites internacionais.
À frente de uma confecção de roupas no Centro de São Paulo, a empresária Lana Han se preocupa em atrair mais clientes todo ano.
“A gente faz a pesquisa muito bem-feita, com a tendência, de acordo com o estilo brasileiro, porque nem tudo que acontece lá fora funciona para o Brasil. Tem o preço, a qualidade. Acho que o custo-benefício é o principal para mim, e o marketing”, pontuou Lana.
A marca de Lana conta com 35 funcionários, empregados na fábrica e nas vendas. O desafio é manter a equipe e aumentar o faturamento na loja física e on-line, um problema diante da grande concorrência com sites estrangeiros, principalmente os da China.
Com 200 mil empresas, o segmento têxtil é o segundo maior empregador do país. A maioria delas, 97%, são micro, pequenas e médias.
Para 2024, a expectativa do setor não é nada otimista. A previsão é de pouco crescimento, entre 0,5% e 0,9%. No ano passado, a queda nas vendas já estava em 8%, segundo dados de outubro.
“A gente tem uma discussão em curso hoje com o governo, que é a desigualdade de condições com as plataformas internacionais de comércio. Só afeta diretamente competitividade da nossa indústria, além varejo. Isso faz com que a nossa expectativa seja bastante tímida”, analisou Edmundo Lima, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex).
Atualmente, a maioria das plataformas internacionais vende aos consumidores brasileiros dentro do programa “Remessa Conforme”. Produtos que custam até 50 dólares não pagam tributos federais, o que aumenta a concorrência para quem trabalha no Brasil.