Lira destrava PEC que limita decisões do STF após votação das 'emendas Pix'

Presidente da Câmara agiu após ministros formarem maioria para restringir modelo de envio de recursos para parlamentares

Alex Gusmão

A maioria formada no Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (16) deixa claro que a liberação de 'emendas Pix' depende de regras adotadas pelo Congresso para garantir transparência na distribuição de recursos do Orçamento da União a estados e municípios. Ou seja: é preciso deixar claro quem recebe o dinheiro e em qual projeto será aplicado. 

Para tentar aliviar a tensão entre STF e Congresso, os ministros e o relator, Flávio Dino, citaram que o impasse das 'emendas Pix' deve ser resolvido em breve, porque reuniões técnicas devem definir novas regras para o pagamento de emendas. A conciliação busca entendimento entre STF, Congresso, governo e Procuradoria-geral da República.

Em meio à divergência entre poderes, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), enviou para a Comissão de Constituição e Justiça a PEC que limita decisões individuais do STF. A proposta proíbe as decisões que suspendam a validade de leis e atos dos presidentes da República, Câmara e Senado. E vale também para desembargadores e juízes. 

O texto aprovado no Senado no ano passado estava travado na mesa da Câmara. "Daremos o mais rápido, celeridade a esses dois importantes projetos (emenda) porque é disso que a nossa democracia precisa reestabelecer a competência de cada poder da República", citou a deputada federal Caroline de Toni (PL). 

O governo acompanha à distância, mas tem interesse que o poder no Congresso na execução do Orçamento seja limitado e volte ao Planalto. Lula citou nesta sexta (16) que as emendas precisam de ajustes. 

"Uma emenda de R$ 200 milhões tem que ser compartilhada com os governadores de Estado. Ela tem que ser coletiva com toda a bancada, não pode ser individual. Eu penso que nós vamos encontrar uma saída para as coisas voltarem à normalidade. Tanto na relação do Congresso com o governo como na relação com o Judiciário", disse. 

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