A líder da oposição reafirmou fraude na reeleição do ditador Nicolás Maduro e disse que a violência não vai derrubar a verdade.
Depois de três dias sem aparições públicas, Maria Corina Machado chegou à manifestação no bairro de Las Mercedes em um carro de som.
Atendendo ao chamado da líder da oposição e desafiando Maduro, que ameaçou prender quem participasse do ato deste sábado, a população exigiu a apresentação dos relatórios detalhando o resultado das eleições.
Edmundo Gonzalez Urrutía, apontado por entidades e governos internacionais como vencedor do pleito, não participou da marcha.
Como símbolo de resistência, Maria Corina ergueu a bandeira do país diante da multidão. Em um discurso aos apoiadores, ela defendeu que seus aliados resistam às investidas e ameaças do regime chavista. E lembrou que a luta da oposição é cívica e pacífica, mas que não é fraca e que a violência não vai derrubar a verdade.
Corina ainda pediu que seus apoiadores não caiam em provocações, porque a violência - segundo ela - é o único recurso do atual governo.
Ao contrário dos primeiros dias de protesto, dessa vez teve menos gente vindo dos bairros mais pobres da cidade. Muita gente ficou com medo porque a maioria das prisões aconteceu justamente nesses bairros mais pobres.
Mais 1,2 mil pessoas foram presas desde segunda-feira pelo regime chavista, incluindo lideranças da oposição. Ao menos 11 civis foram mortos.
Atos a favor de Nicolás Maduro também foram registrados neste sábado (3). Convocados pelo ditador venezuelano, apoiadores do regime iniciaram o protesto com uma motociata. No fim da tarde, milhares de pessoas se concentraram no centro da capital Caracas.
Dentro do discurso oficial, Maduro diz que a oposição tem criado violência aqui na Venezuela. E que seus apoiadores estão tentando buscar a paz.
Além dos Estados Unidos, países como Equador, Uruguai, Costa Rica e Argentina reconheceram a vitória de Edmundo Gonzalez. Neste sábado, diplomatas e funcionários da embaixada Argentina expulsos de Caracas chegaram em Buenos Aires.
Enquanto isso, Brasil, México e Colômbia tentam conter um efeito cascata na região: após conversas sobre a crise, os chanceleres dos três países não descartam ir a Caracas nos próximos dias para tentar negociar uma saída para a crise política no território venezuelano