Lentidão de ministério trava avanço de investigação sobre André do Rap

Traficante foi beneficiado por habeas corpus; autoridades têm problemas para localizá-lo

Da Redação, com Jornal da Band

É nas selvas de países sul-americanos que tem início o processo de produção da cocaína, da folha da planta até o pó branco – que vai percorrer um longo caminho até atravessar o oceano e ser vendido a 35 mil euros por quilo na Europa.

A Bolívia, um dos maiores produtores de cocaína do mundo, seria o esconderijo de André do Rap. Preso em 2019, ele saiu pela porta da frente de uma cadeia no fim de 2020 -- beneficiado por um habeas corpus de ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal) – e desapareceu, mesmo com ordens de prisão contra ele.

Mais de seis meses depois, a polícia tenta localizar o megatraficante do PCC (Primeiro Comando da Capital). Mas o trabalho esbarra em problemas.

Um deles é a dificuldade da cooperação entre autoridades do Brasil e da Bolívia, onde muitos agentes públicos corruptos são cooptados pelo negócio milionário da cocaína.

Outro problema é característico aqui do Brasil: a burocracia. A perícia do conteúdo de parte dos 32 celulares apreendidos na casa de André do Rap – que poderia revelar uma rede de contatos do traficante e esclarecer seu paradeiro – aguarda há um ano e meio uma autorização do Ministério da Justiça para uma colaboração com a polícia dos Estados Unidos.

Um relatório enviado à Justiça explica que o departamento antidrogas americano – que tem escritório no Consulado em São Paulo – possui o sistema que permite a retirada do conteúdo dos telefones, mesmo depois de ser apagado, e realizaria a extração sem custo.

Só que esse procedimento precisa passar por Brasília, onde está parado desde setembro de 2019, quando André do Rap foi preso em uma luxuosa mansão em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

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