La Niña deve influenciar temperaturas no Brasil entre fevereiro e abril, diz especialista

Condição consiste na diminuição da temperatura das águas do Oceano Pacífico

Joana Treptow

Ao contrário do El Niño, o fenômeno oceanográfico que esquenta as águas do Pacífico na costa do Peru, neste ano, o Brasil passará por um período influenciado pela La Niña, condição que consiste na diminuição da temperatura das águas do oceano. 

No Brasil, enquanto o Sul já está em alerta para estiagem, áreas do Norte e Nordeste estão enfrentando muita chuva. Tudo isso já é consequência da formação da La Niña. De acordo com o Serviço Nacional de meteorologia dos Estados Unidos, essas condições climáticas devem se manter pelo menos até abril. 

“As características principais da La Niña são os corredores de umidade, o aumento da chuva, o excesso de chuva no Centro-Norte do Brasil, todas as áreas da metade Norte do Brasil recebem uma quantidade de chuva maior quando a gente tem a influência do fenômeno La Niña. Só que esse é um fenômeno de curta duração", explicou a meteorologista Maria Clara Sassaki. 

Os especialistas americanos afirmam que as condições climáticas para a formação do La Niña já estão em vigor e há 59% de chance de persistirem entre os meses de fevereiro e abril. Após esse período, entre março e maio deste ano, há 60% de chance de haver uma transição para condições neutra. 

"A partir do mês de março, abril, a gente já deve ter o fenômeno finalizado, o aquecimento das águas do oceano pacífico, já voltando pra uma condição de neutralidade”, disse Maria Clara. 

Junto com a La Niña, este ano temos a oscilação de temperatura no Oceano Atlântico. Os dois fenômenos devem intensificar a chuva no Centro-Norte, formando corredores de nuvens carregadas do Norte ao Centro-Oeste, passando por São Paulo e também pelo Nordeste. No Sul do país, o efeito é o oposto: temperaturas mais altas e estiagem mais intensa.

As chuvas na região Sul serão mais em forma de pancadas localizadas. Podem vir com granizo, podem vir com trovoadas, mas com relação à volume de chuva e persistência da chuva, na região sul nós não devemos ter esse cenário”, concluiu a especialista. 

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