Já tem quase dois meses que a situação está grave em hospitais de praticamente todo o Brasil. Ao todo, 22 Estados e o Distrito Federal estão em estado crítico com mais de 80% dos leitos de UTI ocupados. Muitos hospitais do País temem o fim do estoque de remédios anestésicos para manter pacientes graves em coma induzido.
A falta dos estoques de medicamentos usados para intubação põe as unidades de saúde em uma posição complicada. Em Ibirité (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, a Prefeitura conseguiu 110 amplias emprestadas de outro município. Em Betim e Contagem, também na Grande BH, os remédios só duram por mais dois dias.
“Hoje, realmente, a situação de insumos continua difícil. Iremos receber uma grande remessa nesse final de semana de medicamentos vindos de Xangai”, anunciou Fábio Baccheretti, secretário de Saúde de Minas Gerais, em entrevista coletiva.
Para evitar um colapso ainda pior, a Defensoria Pública da União entrou com uma ação na Justiça pedindo que o Estado e o Governo Federal garantam oxigênio e medicamentos em Minas Gerais. O documento ainda pede a abertura de mais leitos.
A situação também é preocupante em São Paulo, onde 640 hospitais estão com o estoque em estado crítico. Na Bahia, os medicamentos só dão para mais 15 dias.
Nesta quinta-feira (15), o Ministério da Saúde anunciou como vai distribuir os 2,3 milhões de medicamentos com chegada prevista para à noite, vindos da China, em uma doação feita pela Vale.
“Nem nos piores sonhos nós poderíamos imaginar uma situação de escassez que chegasse ao ponto em que chegamos”, reconheceu César Eduardo Fernandes, presidente da AMB (Associação Médica Brasileira).