Um avião carregado com medicamentos chegou a São Paulo, mas o Ministério da Saúde ainda tem dificuldade de reabastecer os hospitais com o "kit intubação" para pacientes com o novo coronavírus. Pelo menos 11 estados estão com os estoques quase zerados.
O ministério já começou a distribuição dos medicamentos que chegaram nesta quinta-feira (15) em um voo em São Paulo. Os remédios, que vieram da China, foram comprados por um grupo de empresários e doados ao governo federal.
Mas a carca de 2,3 milhões de ampolas só deve durar, no máximo, uma semana. São Paulo vai receber 407 mil ampolas, o suficiente para 48 horas.
Quase mil cidades já declararam risco de faltar os sedativos a qualquer momento. Esses remédios servem para que o paciente não sinta dor durante a intubação e não corra o risco de arrancar o tubo de ventilação de forma involuntária.
“Quando chega um paciente com insuficiência respiratória, temos uma sequência rápida para fazer esse procedimento”, disse Luis Costa, médico diretor de uma UTI. “A gente tem que induzir o paciente a uma sedação, tem que bloquear o paciente, e tem que deixar ele de uma maneira confortável, para que não sofra na hora do procedimento.”
Os estoques dos remédios que compõem o “kit intubação” estão em nível crítico em pelo menos 11 estados. Em São Paulo, onde o número de pacientes internados com Covid-19 é o maior do País, são 640 hospitais abaixo do limite necessário de medicamentos. Para não prejudicar o tratamento, os médicos usam outras alternativas.
“Eles têm efeitos similares e que mantém o paciente bloqueado”, explicou Luis Costa. “Tudo que a gente tem hoje em estoque hoje, de segunda linha, se uma hora chegar a acabar, aí pode ser um problema”, completou o médico.