Juíza interroga foragido ligado ao PCC por videochamada

Até hoje, o local em que Wilson Decaria Júnior está escondido não é conhecido; ele é apontado como o doleiro da facção

Da Redação, com Jornal da Band

Um acusado de ser mandante do assassinato de um advogado em junho de 2019 em São Paulo foi ouvido por uma juíza pela internet enquanto estava foragido. O local de onde ele falava é até hoje desconhecido das autoridades.

Com mandado de prisão preventiva em aberto, Wilson Decaria Júnior, conhecido como Tio, recebeu em janeiro autorização da juíza do caso, Letícia de Assis Bruning, para se defender por videochamada.

O Jornal da Band teve acesso ao interrogatório, que está sendo considerado um escândalo no meio jurídico. 

O nome de Decaria Júnior apareceu novamente nesta semana, dessa vez em uma investigação da Polícia Federal da lavagem de R$ 700 milhões para organizações criminosas, como o PCC

Ele é apontado como principal doleiro da facção e teria facilitado as operações ilegais também para contrabandistas de cigarros.

Juristas criticaram a autorização concedida a um foragido da Justiça. “Não é comum. Aliás, é ilegal. Exatamente por não estar previsto no código de processo, essa hipótese não pode ser feita. Não se pode incentivar as pessoas a fugirem da Justiça e depois dar lhes um certo prêmio”, afirmou o jurista Lenio Streck.

Ao final do interrogatório, Decaria Júnior teve tempo de agradecer à juíza. “Eu agradecer o bom senso da senhora ter me escutado e ter deixado pelo menos eu falar”, afirmou o foragido. “Imagina, tudo bom pro senhor, tá?”, respondeu a juíza.

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