Juiz nega dois pedidos de prisão para homem acusado de estupro no Paraná

Vítima tentou se agarrar na parede e disse "não" pelo menos onze vezes, mas em 23 de fevereiro foi arrastada para dentro do banheiro de um posto de gasolina

João Marcelo

Um rapaz acusado de estupro no Paraná demorou mais de um mês para ser preso - mesmo com a polícia tendo uma gravação mostrando ele arrastando a vítima à força. Um juiz entendeu que medidas cautelares seriam suficientes e negou dois pedidos de prisão. 

A vítima tentou se agarrar na parede e disse "não" pelo menos onze vezes, mas em 23 de fevereiro foi arrastada para dentro do banheiro de um posto de gasolina abandonado em Paranaguá, no litoral paranaense, e estuprada por Nathan de Menezes.

No mesmo dia, ela procurou a polícia e fez exames médicos. A delegada e o Ministério Público, já de posse dessas imagens, pediram a prisão preventiva do rapaz.

Mas o juiz Brian Frank, da segunda vara criminal de Paranaguá, decidiu que -- mesmo com os indícios apontando que Nathan é o autor do crime -- medidas cautelares como tornozeleira eletrônica seriam suficientes. No dia seguinte, Nathan prestou depoimento, negou as agressões e foi liberado.

"Inicialmente a justificativa foi porque ele não tinha nenhum antecedente criminal, ele também tinha um trabalho, ocupação profissional. Só que depois ele foi demitido do trabalho e ele saiu da cidade de Paranaguá. Então não foi mais encontrado", disse Tatiana Zago, promotora de Justiça, ao Jornal da Band. 

Nathan não apareceu para colocar a tornozeleira e o MP voltou a pedir a prisão, negada novamente pelo mesmo juiz, que justificou a decisão dizendo que o acusado se apresentou, prestou depoimento, constituiu advogado e informou o endereço atual.

Em uma terceira tentativa, o Ministério Público do Paraná recorreu ao Tribunal de Justiça do estado, que determinou a prisão preventiva do suspeito. Nathan se entregou à polícia na semana passada. A promotoria quer que ele responda por estupro e por gravar os abusos com o celular. o aparelho foi encaminhado para perícia.

“Ela ficou em um período aí de uma angústia muito grande no sentido de que ele não seria responsabilizado. Então a prisão ela foi um passo bastante importante para que ela também enxergue que a justiça realmente né tenha chance de ser feita nesse caso", disse a advogada da vítima, Thaísa Mattar Assad. 

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