Uma multidão a pé ou de carroça. Pessoas deixam suas casas para trás e carregam o que podem. São poucos pertences. Pelo sexto dia consecutivo, civis foram liberados a sair do norte de Gaza em direção ao sul. Pela primeira vez, os bombardeios foram suspensos por seis horas.
“Estou caminhando há seis horas, sem água e comida no estômago. Só estou carregando algumas roupas. Não faço ideia do que fazer agora”, lamentou um civil.
Não é apenas uma pausa humanitária. Para Israel, também é uma estratégia de guerra. Retirar o máximo de civis possível significa avançar no combate ao Hamas. O caminho fica mais livre para os tanques que estão cercando os principais hospitais da região.
Israel diz que os civis são usados como bases de operação dos militantes, mas o Hamas nega.
Ocupação de hospitais controlados pelo Hamas
É questão de tempo até que hospitais sejam controlados pelas forças israelenses. O principal foco é o hospital Al Shifa, o maior do território, e foi alvo de fortes bombardeios.
Na região, 50 mil pessoas estão abrigadas do lado de fora. Muitas ficaram gravemente feridas.
Hoje, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a falar do futuro de Gaza pós-guerra. Disse que o exército israelense controlará o território sem a interferência de forças internacionais.
Conflito com Hezbollah
Há também o conflito com o Hezbollah. Após um ataque a drone a uma escola israelense, a resposta veio com bombardeios que mataram sete soldados do grupo xiita na Síria.
Na Cisjordânia, mais tensão. Centenas de pessoas, algumas armadas, compareceram a funerais de palestinos mortos. Só ontem, foram 14.
Reuniões na Arábia Saudita
Durante o fim de semana a Arábia Saudita sediará duas importantes reuniões. No sábado (11), a Liga Árabe, que conta com 22 países, e, no domingo (12), a Organização de Cooperação Islâmica, que possui 57 integrantes. A expectativa é que dos encontros saiam posições coordenadas desses blocos.
Os principais objetivos são: parar a guerra, evitar que o conflito se espalhe pelo Oriente Médio e dar suporte ao povo palestino. O tom deve ser de condenação as ações israelenses.
Pela primeira vez desde que normalizaram as relações, no começo do ano, os até então rivais históricos, Irã e Arábia Saudita, vão estar juntos nesses debates que vão definir as posições de países árabes e de maioria muçulmana.