O número de mortos no território palestino já passa dos três mil. Outros mil corpos estão debaixo de escombros. A ajuda humanitária não consegue entrar. Faltam alimentos e remédios para os feridos.
A fronteira com o Egito é a chance de fugir da guerra para muitos palestinos. É por lá também que a comunidade internacional quer que a ajuda humanitária entre na Faixa de Gaza. Só que há mais de uma semana, ninguém sai e nada entra no enclave palestino.
Nesta segunda-feira (16), mais uma vez a promessa de abertura não aconteceu, frustrando milhares de pessoas. O Egito tem resistido a pressão internacional. O país teme uma invasão de refugiados e a infiltração de terroristas do Hamas.
Israel voltou a bombardear o sul do enclave, dificultando ainda mais qualquer possibilidade de fuga.
Apenas cinco caminhões da ONU carregados de combustíveis conseguiram cruzar a fronteira. Carregamentos de água, alimentos e remédios seguem retidos na Península do Sinai, em uma fila que não para de crescer.
Um pequeno pedaço de terra, de apenas 11 quilômetros é um retrato da imensa dificuldade de qualquer avanço diplomático nessa guerra.
Negociar uma trégua ou a liberação dos reféns, é ainda mais complexo. E são 199, segundo o exército de Israel que fez uma revisão do número. Um dos oficiais do Hamas disse que não sabe se essas pessoas estão vivas e afirmou que 9 morreram em bombardeios.
Segundo a ONU, Mais de 500 mil palestinos já conseguiram deixar o norte de Gaza rumo ao sul - 600 mil pessoas seguem em uma área que promete ser ainda mais atacada. Os palestinos que chegam na região da cidade de Khan Younis estão famintos e com sede.
Os bombardeios aumentam a cada dia. Socorristas afirmam que mais de mil pessoas estão presas embaixo dos escombros. Necrotérios estão lotados e corpos são sepultados em valas coletivas.
Os poucos hospitais que ainda atendem pacientes têm poucas horas de energia pela frente.
O número de mortos em uma semana da guerra entre Israel e Hamas já supera o total dos últimos oito anos desse conflito, com mais de quatro mil vítimas.
Com o bloqueio total imposto por Israel, a comida está acabando. No desespero por algum alimento, algumas pessoas saquearam sacos de trigo em uma instalação das Nações Unidas.
Na fronteira Norte de Gaza, Israel diz que continua avançando com a operação para eliminar o Hamas. O exército israelense divulgou imagens de caças aéreos e tanques destruindo pontos de comando do grupo extremista. O chefe da inteligência do Hamas teria sido morto durante um bombardeio, nesta segunda-feira (16).
A Europa se manifestou mais uma vez e reforçou a posição do bloco: Israel tem o direito de se defender, mas precisa respeitar as leis internacionais. A guerra no Oriente Médio tem gerado diversas consequências no continente como o aumento do antissemitismo.
No fim de semana, casas de judeus na Alemanha foram marcadas com a estrela de Davi. Manifestações pró-Palestina se tornaram violentas em alguns casos.
A França anunciou que estrangeiros que participaram de atos pró-Hamas ou atos antissemitas, poderão ser deportados para seu país de origem. Nacionais franceses podem enfrentar pena mínima de 5 anos. Políticos europeus já pediram para a população não trazer para casa esse conflito que acontece no Oriente Médio.