O governo federal demitiu de um cargo de direção na Polícia Federal um delegado que seria aliado de Alexandre Ramagem - apontado como chefe de um esquema de espionagem ilegal durante o governo Bolsonaro.
Dos seis computadores e quatro celulares apreendidos com Alexandre Ramagem, um notebook e um celular são patrimônio da Abin. Os investigadores querem saber se mesmo fora da agencia Ramagem ainda tinha alguma influência.
Na decisão que autorizou a operação da PF, o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, diz que Ramagem comandou uma organização criminosa que usou a Abin para monitorar adversários do bolsonarismo.
O relatório aponta ainda um possível conluio de Ramagem com a gestão atual para blindar investigados. Com as revelações, o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa e o diretor Alessandro Moretti estão na corda bamba - eles também foram alvo da operação desta quinta.
Corrêa é apadrinhado por Rui Costa, ministro da Casa Civil, que já falou com Lula sobre as suspeitas da Polícia Federal. Fontes ligadas ao presidente dizem que Lula quer ouvir Corrêa e Moretti antes de tomar qualquer decisão, mas estaria propenso a tirá-los do cargo.
Nesta sexta-feira (26), o Planalto demitiu o delegado Carlos Gomes Coelho, que ocupava um cargo de coordenação da diretoria da Polícia Federal. Ele foi alvo da operação de ontem e era considerado o homem forte de Ramagem na PF.
O grupo prerrogativas, que reúne juristas e advogados, pediu ao STF que torne pública a lista com os nomes das pessoas monitoradas ilegalmente pela Abin.
Além de políticos e autoridades foram espionados jornalistas e advogados. O número de vítimas dessa imoralidade pode chegar a 30 mil.