Uma investigação do Ministério Público descobriu que policiais civis corruptos estão agindo no narcotráfico internacional. Eles são acusados de desviar cocaína apreendida com traficantes e enriquecer enviando a droga para e Europa pelo Porto de Santos, da mesma maneira que faz o PCC.
Nos últimos cinco anos, 110 toneladas de cocaína foram apreendidas no maior porto do país, localizado no litoral de São Paulo.
Uma investigação obtida pelo Jornal da Band revela que três servidores podem estar usando a mesma estrutura que o PCC.
O Ministério Público pede a prisão e acusa policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais, o DEIC de São Paulo, de atuarem no tráfico internacional de cocaína.
No celular de um deles havia um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp chamado “Trampo Antuérpia”. As conversas obtidas na investigação apontam que eles estariam por trás de uma tentativa de envio de 500 quilos da droga através do porto de Santos com destino à Bélgica. O entorpecente seria enviado escondido em uma carga de açúcar. O carregamento foi apreendido pela Receita Federal em 2020.
Outros policiais do mesmo departamento são investigados por suspeita de desvio de uma grande quantidade de cocaína do PCC durante uma operação divulgada, na época, como um grande golpe contra o crime organizado.
Em 29 de dezembro, a equipe policial apreendeu seis fuzis e 450 quilos cocaína pura na Grande São Paulo e no Litoral do Estado. Três pessoas foram presas.
Os traficantes afirmam que o carregamento que havia em depósitos da facção era muito maior. A denúncia é de que houve o desvio de uma tonelada e meia da droga.
Os policiais investigados já foram afastados. As diretorias do DEIC e de outros departamentos da Polícia Civil paulista estão sendo trocadas nesta semana, mas a corporação diz que isso não tem relação com a apuração da promotoria.
Outra denúncia parecida foi revelada pela equipe do Jornal da Band no ano passado. Duas toneladas de cocaína desapareceram no litoral paulista durante uma apreensão. A droga seria do megatraficante André do Rap.