Inteligência Artificial acabará com os empregos? Saiba as profissões afetadas

Especialista aponta que tecnologia deve substituir tudo o que é previsível e repetitivo nos trabalhos

Por Giba Smaniotto

A inteligência artificial chegou e promete libertar de vez os humanos de tarefas mecânicas, repetitivas. Mas já parou para pensar no tamanho da adaptação? Muitos se preocupam em quantas profissões vão desaparecer, quantas vão surgir.

Mais de 60% das profissões vão ser afetadas profundamente e, segundo um estudo da Goldman Sachs, 20% delas vão desaparecer. A mudança é tão intensa, que já é real: 80% das empresas no mundo todo já trabalham com a inteligência artificial generativa. 

Isso, para a economia global, é de um forte impacto, segundo Marcela Vairo, diretora da I.A da IBM Brasil. “Tem estudos que mostram um crescimento de até 7% no PIB mundial”, pontua. Para as profissões, a I.A vai criar diversos postos de trabalho na área de tecnologia, como Marcela explica:

“Se olharmos quem estamos formando hoje nas faculdades, vemos que em 2025 teremos um déficit no Brasil de mais de 530 mil profissionais de tecnologia da informação. Não é que os empregos vão acabar, eles vão se transformar”, diz. 

Gui Rangel, futurista e pesquisador, vê a I.A como ferramenta para evolução do trabalho humano. “Ela substitui tudo o que é previsível e repetitivo nos nossos trabalhos, aquilo que nos faz máquinas. Aquilo que nos faz humanos tem que ser colocado em um patamar novo, superior, incorporando a capacidade de gerar valor”, diz. 

Algumas profissões entrarão em desuso

Apontadas como os postos de trabalho mais afetados, estão, entre outras, a de analista de crédito e empréstimo, assistente jurídico, atendentes em geral, caixa de supermercado, contador, operador de telemarketing e tradutor. 

Fábio Gandour, especialista em tecnologia, aponta que a rapidez em que as mudanças da I.A ocorrem, não deixam os trabalhadores pensarem. “Me impressiona e é essa rapidez que coloca um risco, não dá tempo para as pessoas refletirem. A gente tem que parar um pouco mais para pensar, se não a gente pode ir em um caminho errado sem perceber”, diz. 

Inteligência Artificial já está entre nós

Apesar do período transitório, a I.A já atua em boa parte do cotidiano. Em aeroportos, por exemplo, o registro das funções de pousos e decolagens de aviões eram feitos por pessoas que anotavam nas planilhas o horário e tempo gasto. Mas já faz alguns meses que câmeras captam tudo o que ocorre ao redor do avião e as imagens analisadas pela inteligência artificial. 

Daniel Tkacz, presidente de operações da Azul, explica como o sistema funciona. “A gente ensina a câmera a olhar as particularidades em volta do avião. Quanto mais tempo no solo, menos está produzindo, gerando menos receita e valor para a gente”, diz. 

No aeroporto, os banheiros também são monitorados por máquinas. “O sistema ajuda a contar o fluxo de pessoas, a alertar a equipe de limpeza a hora de vir ao local, qual banheiro ir”, explica o empresário Leandro Simões. 

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