A destruição nos campos onde a cana-de-açúcar é colhida no interior de São Paulo pode afetar a vida dos consumidores na hora de abastecer os automóveis. A razão? Os incêndios que afetaram a colheira da matéria-prima do etanol.
Produtores do oeste paulista calculam as perdas causadas pelos incêndios, para esta e para as próximas safras. É o que explica o diretor-executivo da Canaoeste, Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo. "Depende de um levantamento dos hectares atingidos e o nível de como cada hectare foi atingido. Se realmente foi superficialmente, se atingiu o sistema radicular que terá que ser replantado e não vai rebrotar", pontua.
Ao todo, foram queimados quase 60 mil hectares de cana no estado. Os prejuízos podem passar dos R$ 350 milhões. São Paulo é responsável por 53,2% da produção nacional de açúcar e etanol. A seca que atinge a região desde março e os recentes incêndios podem afetar consumidores de todo o país nos mercados e bombas de combustível.
O impacto ainda é avaliado, mas o comércio internacional de açúcar já sentiu e do etanol também. Os preços ainda estão abaixo dos praticados no início do mês, mas podem subir. O álcool, presente na gasolina vendida nos postos, pode ficar mais caro. Mas a produção do combustível a partir do milho deve ajudar a segurar os aumentos.
Tarcilo Rodrigues, diretor da bio agência, especialista em mercado sucroalcooleiro, explica o porquê. "Essa complementariedade tende a atenuar os efeitos danosos da elevação abrupta no mercado. A gente terá, a redução de oferta sempre traz um certo desequilíbrio, nós já estamos numa safra em que já há previsão de uma queda de 10% em função da seca. Esse é o principal fator", pontua.
Para minimizar os impactos para produtores rurais, o governo de São Paulo anunciou a liberação de R$ 110 milhões, para custeio emergencial e seguro rural.