Homem recebe transplante de coração de porco nos EUA

David Bennett, de 57 anos, se recupera no hospital e respira sem a ajuda de aparelhos após ser submetido à cirurgia experimental

Eduardo Barão, do Jornal da Band

Uma cirurgia inédita feita nos Estados Unidos promete revolucionar os transplantes de órgãos e dá esperança para milhares que aguardam por doadores. Pela primeira vez, um coração de um porco foi transplantado em um ser humano.

David Bennett, de 57 anos, se recupera no hospital e respira sem a ajuda de aparelhos após ser submetido a cirurgia experimental na última sexta-feira (7). O transplante foi considerado pelos médicos a última esperança de mantê-lo vivo.

Por estar com a saúde muito debilitada, Bennett foi classificado como inelegível para um transplante humano.

A falta de alternativas levou o Centro Médico de Maryland a conseguir uma licença emergencial para realizar o procedimento com o coração de um porco. O animal usado no transplante foi geneticamente modificado para tentar evitar que o coração fosse rejeitado.

O médico que realizou o transplante inédito, doutor Bartley Griffith, comemorou o resultado da cirurgia.

“Nós nunca havíamos feito isso em um humano e eu gosto de pensar que nós demos a ele uma opção melhor do que continuar com a terapia”, avaliou.

O transplante de órgãos de animais geneticamente modificados é visto como uma solução para suprir a falta de doadores. Atualmente, 17 pessoas morrem por dia em média nos Estados Unidos à espera de um transplante, sendo que a lista de espera tem mais de 100 mil aguardando.

Em outubro passado, cirurgiões de Nova York transplantaram, com sucesso, um rim de porco em uma pessoa. Mas o experimento foi apenas um teste: o paciente já estava em morte cerebral.

“O xenotransplante. como é chamado, que é o transplante de células ou de tecidos ou de órgãos de uma espécie pra outra espécie, é a primeira vez que ocorre num ser vivo. Se essa técnica se desenvolver, crescer, e evoluir e tivermos bons resultado, isso será um marco fantástico para essas pessoas que não tem outro tratamento senão o transplante”, projetou o cardiologista Hélio Castello.

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