As negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza entraram na reta final. O rascunho do acordo já foi aceito pelo Hamas e, agora, falta apenas o aval do governo israelense.
Existe um otimismo cauteloso, mas, segundo todos os mediadores do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, os principais obstáculos para concretizar o acordo foram superados.
Depois de assinado, o tratado será implementado em três fases. Na primeira, com duração de 42 dias, o Hamas libertará 34 reféns. Em troca, Israel libertará 1 mil prisioneiros palestinos, incluindo 190 com longas penas. E irá retirar tropas de áreas povoadas, mantendo uma zona de segurança ao longo das fronteiras.
Civis poderão retornar ao norte de Gaza após sete dias. Soldados de Israel deixarão o corredor Netzarim, que corta o enclave ao meio. Mas seguirão no Corredor Philadelphia, ao longo da fronteira com o Egito.
Na Fase 2, serão ajustados os detalhes para intensificar a ajuda humanitária no território palestino, com até 600 caminhões por dia, e facilitar o reassentamento de civis no norte.
A Fase 3 focará na reconstrução dessa terra arrasada, na devolução dos corpos de reféns mortos e em negociações para um cessar-fogo prolongado.
Fontes próximas às negociações afirmam que o Hamas já aceitou o acordo. Agora falta Israel aprovar. E essa não será uma tarefa tão simples, uma vez que parte do governo é formada por políticos de extrema-direita que já recusaram outras vezes qualquer tipo de cessar-fogo - e ameaçam abandonar a aliança de Benjamin Netanyahu.
Restarão cerca de 60 reféns, que só serão libertados, segundo o Hamas, com a retirada completa de Israel e o fim do conflito. Em um ano e três meses de bombardeios, Israel já matou 46 mil palestinos, a grande maioria, mulheres e crianças. Os ataques começaram depois dos atentados do Hamas em 7 de outubro de 2023, em que 1,2 mil israelenses foram mortos.