O presidente Lula se reuniu com a equipe econômica, ministros da ala política e líderes da base aliada no Congresso após retornar da viagem à Europa, onde participou das reuniões do G7. O primeiro compromisso público do presidente no Brasil demonstra a preocupação com contas públicas e articulação com o Congresso.
Lula ouviu um relato detalhado do orçamento e, segundo ministros, se mostrou impressionado com o tamanho das despesas. Mas, ao mesmo tempo, o presidente da República reafirmou que 'gasto em área social não é gasto, é investimento' e disse aos ministros que 'não dá para pensar em ajuste fiscal em cima dos mais pobres'.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem sido pressionado a cortar despesas e a tensão do mercado diante do aumento dos custos da máquina pública foi um dos motivos para a disparada do dólar, além da queda da Bolsa de Valores na semana passada.
A equipe econômica prometeu intensificar os trabalhos na revisão do orçamento e, um dos caminhos apontados por Lula é reduzir os mais de R$ 600 bilhões de renúncias fiscais concedidas pelo governo. Outra medida é aumentar a fiscalização dos benefícios do INSS e programas sociais pagos indevidamente. Os primeiros cálculos apontam uma economia de R$ 16 bilhões por ano.
Haddad citou que é preciso liberar espaço para acomodar outras despesas. "E, assim, garantir que as despesas discricionárias continuem no patamar adequado para os próximos anos", disse o ministro.
Relação com o Congresso preocupa Lula
O presidente também cobrou informações sobre a relação com o Congresso após derrotas recentes na Câmara e Senado. O Planalto agora precisa dos dois para aprovar o Orçamento do próximo ano. A promessa é não mexer na regra que obriga o governo a gastar mais do que arrecada.
"Temos compromisso com o arcabouço fiscal criado e reafirmamos o esforço do cumprimento das metas ousadas que estabelecemos", diz Padilha, que pontuou que o governo está acabando com a gastança e "qualquer tipo de irresponsabilidade feita pelos governos anteriores". A ideia é enviar a proposta de Orçamento já no próximo mês.