O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu anunciar, ainda nesta semana, o pacote de corte de gastos do governo federal. A demora é um dos motivos que fizeram o dólar disparar na semana passada. Nesta segunda-feira (4), a cotação recuou 1,5%, para R$ 5,78.
Quando o governo corta gastos, passa a mensagem que consegue diminuir a dívida pública, com efeitos claros no dia a dia da população. A tendência é atrair investimentos, levando à queda do dólar.
Consequentemente, vem o controle da inflação e possíveis cortes nos jutos. Exatamente por isso, o governo tem pressa. A pedido do presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a desmarcar uma viagem à Europa para finalizar as medidas.
“Como as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista de do ponto de vista técnico, eu acredito que nós estejamos prontos essa semana para anunciar”, disse Haddad.
Hoje, Lula recebeu o esboço das propostas para bater o martelo. Ele resiste em mexer, principalmente, na área social, mas todos os gastos estão na mesa. O foco do pacote é um alívio nas despesas obrigatórias, muitas delas em fundos setoriais.
O desenvolvimento científico, por exemplo, tem um orçamento de cerca de R$ 10 bilhões. A ideia é acabar com a obrigatoriedade de investimento. Os R$ 40 milhões do Fundeb, de educação básica, também estão na mira.
Assim como aumentos automáticos no Seguro Defeso, dos pescadores. Outras medidas são mais polêmicas: revisão no benefício de prestação continuada, destinado a pessoas de baixa renda, além de mudanças no seguro desemprego.
A desvinculação das receitas da União, que hoje permite que 30% dos recursos do governo sejam usados livremente, deve ser prorrogada.