O governo federal anunciou novas medidas para enfrentar a crise humanitária dos ianomâmis, em Roraima.
A terra indígena yanomami é a maior do Brasil, tem quase 100 mil quilômetros quadrados, uma área maior do que Portugal. A casa de governo instalada em Boa Vista, com a presença de 11 ministros, tem o objetivo de fortalecer e coordenar as ações de ajuda humanitária ao povo indígena e de combate à criminalidade e ao garimpo ilegal. A crise humanitária veio à tona no início do governo Lula.
Um ano após o início da primeira operação de apoio aos yanomamis, o governo federal foi pego de surpresa com um dado que acendeu o sinal de alerta. O número de mortes na terra indígena em 2023 chegou a 363, 6º maior do que em 2022, ainda no governo anterior. Os dados são do relatório epidemiológico do Ministério da Saúde.
O governo afirma que antes havia subnotificação. Entre as prioridades estão investimentos no primeiro hospital indígena em Roraima.
A ministra da Saúde afirmou que é preciso combater as causas da crise humanitária.
“As queimadas, e várias outras questões, o mercúrio na água, nós não teremos boa saúde se nós não agirmos nas causas, se olharmos só o adoecimento”, disse Nísia Trindade.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que vai reforçar a segurança em Roraima com agentes federais de outros estados.
“Para proteger não apenas os agentes de saúde, para proteger pessoal da Funai, do meio ambiente, para garantir a segurança das populações indígenas e para reprimir a criminalidade ambiental sobretudo, garimpo ilegal e desmatamento ilegal”, afirmou.
Em 2023, forças federais conseguiram retirar cerca de 20 mil invasores, com a destruição de balsas, maquinários e pistas de pouso clandestinas, que serviam para a retirada do ouro.
Mas as operações policiais foram reduzidas e o garimpo voltou com força. O Exército já atua desde o ano passado de forma permanente nas ações de ajuda humanitária aos yanomamis. Até o final de março, serão entregues 15 mil cestas básicas.
É uma operação complexa e cara, porque o acesso às comunidades só pode ser feito pelo ar. O deslocamento de aviões e helicópteros conta ainda com apoio da Aeronautica e Marinha e o trabalho incluí a repressão ao garimpo ilegal, que gera danos aos indígenas e ao meio ambiente.