Os carros novos mais baratos atualmente no Brasil encostam nos R$ 70 mil. Em concessionárias, veículos 1.0, banco de tecido e câmbio manual custam em torno de R$ 90 mil. O valor assusta clientes, que alegam que os carros não são mais populares e sim, elitizados.
Com o novo pacote do governo federal, prometido para a próxima semana, a expectativa é que os preços fiquem entre R$ 50 e R$ 60 mil. Uma das estratégias do governo é de abaixar impostos, como feito há 30 anos pelo ex-presidente Itamar Franco. Na época, a campanha fez sucesso pelo ‘O Fusca do Itamar’.
É consenso entre especialistas que apenas reduzir impostos não resolve o problema. É preciso adotar outras medidas, por exemplo: juros mais baixos pra financiar os modelos populares. É uma forma indireta de tornar o carro zero mais acessível pro consumidor.
Financiamento de até seis anos é uma das sugestões do sindicato dos metalúrgicos do ABC, que também pede incentivos para que peças hoje importadas sejam produzidas dentro do país. “Essa discussão, ao nosso ver, barateia sim o produto, a partir do momento em que trago de fora, estou encarecendo mais”, diz Moisés Selerges Júnior, presidente do sindicato.
Para evitar o ociosidade nas linhas de montagem, este especialista defende que o pacote preveja uma contrapartida das montadoras. “Outras partes interessadas, montadoras e concessionarias, através da redução de margem de lucro, poderem atuar em conjunto no sentido de praticar preços que estejam aptos a sociedade adquirir novos veículos”, diz Antônio Jorge Martins, professor de cursos automotivos da FGV.
Outra opção seria manter os itens obrigatórios de segurança hoje, como os AIRBAGS, mas retirar acessórios que costumam vir de fábrica, como kit multimídia e travas com alarme. “Seria bom deixar opcional alguns itens, se o cliente quer, pode incluir, mas fica a opção básica para quem busca um preço menor”, afirma Wilson Góes, dono de uma concessionária.
