Governo brasileiro discute aliança internacional contra fake news após mudanças da Meta

Tema está na pauta da viagem do ministro Ricardo Lewandowski, que se reuniu com o ministro da Justiça francês em Paris

Caiã Messina

O governo brasileiro discute uma aliança internacional contra fake news depois da mudança de regras de conteúdo da Meta, a dona do Facebook. Nesta sexta-feira (10), O tema está na pauta da viagem do ministro Ricardo Lewandowski, que se reuniu com o ministro da Justiça francês em Paris.  

As informações divulgadas pelo Planalto indicam que Lula defendeu a aliança internacional durante uma conversa com o presidente francês, Emmanuel Macron, e que os dois disseram que vão trabalhar juntos para que “as fake news não coloquem em risco as soberanias dos países”. 

Um vídeo, supostamente humorístico, em que a voz e o rosto de Fernando Haddad foram alterados por inteligência artificial forçaram o ministro a vir a público. 

“Nosso plano é taxar tudo, tudo, tudo, nesse ano teremos imposto do cachorrinho de estimação”, diz a montagem.

“Imposto sobre pix, mentira. Imposto sobre quem compra dólar, mentira. Imposto sobre quem tem um animal de estimação, mentira. Pessoal, vamos prestar atenção. Essas coisas estão circulando e nem sempre as pessoas têm tempo de checar essas informações”, rebateu Haddad. 

O vídeo mentiroso é um exemplo de conteúdo que pode se disseminar nas redes com a mudança na política de moderação da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp. 

O presidente Lula também reuniu ministros e secretários no Planalto. Na saída, o advogado geral da União deu 72h para que a Meta explique, detalhadamente, os planos para o Brasil diante da alteração das regras. 

“Para que a empresa explique categoricamente às autoridades brasileiras como é que ela vai proteger as crianças e adolescentes, como é que ela vai proteger as mulheres?”, disse. 

A plataforma decidiu que os próprios usuários terão que indicar desinformação nas publicações. A novidade começará pelos Estados Unidos. 

O Planalto não descarta recorrer à Justiça para obrigar a Meta a seguir a lei brasileira. Um pedido para a proibição dos sites está descartado. A ideia é pressionar o Congresso a aprovar o projeto que responsabiliza as big techs, caso mantenham postagens com conteúdo criminoso. 

“Nós vamos procurar os líderes e os presidentes das duas casas para dialogar sobre qual é o melhor formato. Qual a melhor forma de fazer com que esse debate avance”, disse Rui Costa, ministro da Casa Civil. 

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