
Segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, o Brasil aguarda a possível confirmação da sobretaxa anunciada por Donald Trump para decidir sobre uma eventual retaliação.
Mesmo se a taxação de 25%, sugerida por Trump, se concretizar, este especialista explica que não haverá um impacto imediato no volume de importações.
“Você não consegue, simplesmente, falar ‘não quero o seu aço, vou fazer o meu aço e vou ser autossuficiente’. Isso não acontece em seis meses, você vai continuar comprando, mas ele vai chegar mais caro. Não vejo um impacto de curto prazo na balança comercial”, disse Roberto Dumas, professor de economia internacional do Insper.
Metade das exportações brasileiras de ferro e aço tem como destino os Estados Unidos, sendo o maior comprador. Por isso, as medidas protecionistas deixam o setor em alerta por aqui.
As ações das principais siderúrgicas, como Gerdau, ArcelorMittal, Usiminas e CSN, oscilaram pouco após a fala de Trump, e terminaram o dia em alta. Fabricantes de carros, que compram muito aço, demonstraram preocupação nesta segunda-feira (10).
“A tarifa sobre aço sem dúvida resultaria em menor volume da produção brasileira perder volume significa impactar a produtividade, impactar a produção, investimentos e isso acaba sem dúvida trazendo impacto para toda indústria”, disse Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
No seu primeiro mandato, Donald Trump ameaçou aumentar impostos sobre o aço e alumínio do Brasil por duas vezes, mas depois recuou. No lugar, o governo americano criou cotas de importação para esses produtos, tipo um limite de compra - e os especialistas acreditam que algo parecido deve ocorrer agora.
Como não houve um anuncio oficial dessa possível taxação, as entidades que representam as siderúrgicas brasileiras decidiram não se manifestar, por enquanto. O governo brasileiro aguarda a confirmação da sobretaxa para decidir possível retaliação.