Golpe das encomendas: criminosos trocam os produtos comprados

Criminosos se passam por entregadores de aplicativos como Ifood e Rappi para aplicar os golpes

Jornal da Band

Golpe das encomendas: criminosos trocam os produtos comprados
Golpe das encomendas: criminosos trocam os produtos comprados
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Quem faz compras de supermercado em aplicativos de entrega precisa ficar alerta com um golpe em que os entregadores trocam os produtos comprados por garrafas de água, papel e sacos de sal para simular o peso das sacolas.

O caso aconteceu com a gerente de contas Victória Araújo, que recebeu produtos diferente que realmente comprou.

“Eu olhei, mas cadê todas as sacolas? Eu fui abrir e eram dois pacotes de macarrão espagueti e duas garrafas de água. E você só fala com uma máquina no aplicativo. Infelizmente não é uma pessoa que te responde”, disse à reportagem.

E apesar das reclamações, o aplicativo não a ressarciu e Victória teve que arcar com o prejuízo do golpe.

“Foi R$ 370 mais ou menos. Mas pelo o que eu recebi, eu calculo uns R$ 300 de perda. Eu recebi um retorno de uma pessoa falando que como eu tinha disponibilizado o código para o entregador, a responsabilidade era minha e não tinha o que fazer”, completou.

Mesmo diante da alegação do aplicativo de que o consumidor foi conivente com o crime ao passar o código certificando de que a compra estava ok, ainda há um álibi pra defesa da vítima. O código de defesa do consumidor garante a desistência de compras feitas pela internet em um prazo de ate sete dias.

"Se por ventura a compra que chegou não é aquela, o consumidor pode simplesmente utilizar esse direito de renúncia, devolver o produto e solicitar o efetivamente o reembolso daquilo que pagou, explica o advogado especialista em defesa do consumidor, José Eduardo Tavolieri.

O golpe das encomendas também aconteceu com as compras de mercado da encarregada de limpeza Solemar Rosa Leite Alves. Ela tentou ajuda no aplicativo, mas foi tudo em vão.

“Eu não consegui contato pelo aplicativo. Quem me ressarciu, quem me deu as coisas foi onde eu tinha feito pedido, foi o próprio supermercado”, disse à reportagem.

Por meio de nota, a Rappi disse que quando é comprovada a fraude por um entregador, ele é automaticamente banido da plataforma e que foram criadas e implementadas regras que identificam o perfil do fraudador.

A plataforma não soube informar porque os canais de  atendimento aos clientes não solucionaram o caso da Victoria. 

Já o Ifood afirmou que está analisando o caso mencionado pela reportagem e tão logo seja identificado qualquer indício de desvio de conduta, tomará as medidas pertinentes ao caso. Leia abaixo o o posicionamento da empresa.

"O iFood informa que está analisando o caso mencionado pela reportagem e, tão logo seja identificado qualquer indício de desvio de conduta, tomará todas as medidas pertinentes ao caso. A empresa repudia qualquer conduta inapropriada em seu aplicativo e reitera que investe em produtos e serviços de qualidade para os consumidores, restaurantes e entregadores, buscando uma experiência cada vez melhor na plataforma.

O iFood tem modelos de qualidade para evitar casos de abusos e remover entregadores, estabelecimentos ou clientes de sua  da plataforma que venham a ter condutas indevidas. O próprio consumidor também pode avaliar a entrega no aplicativo, gerando informações que podem auxiliar para a tomada de medidas restritivas”

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